Violência e Criminalidade

A América Latina – e o Brasil em particular – convive com organizações criminosas de maior porte desde ao menos meados dos anos 1980, sendo notória a piora do cenário com a chegada do PCC em fins dos anos 1990, que além de ser bem mais organizado do que seus antecessores, tem maior cobertura territorial e capacidade de mobilização. Tais organizações tipicamente contam com mão-de-obra juvenil para se manter, por serem os jovens mais adeptos de comportamentos de risco e muitas vezes carentes de outras oportunidades. As estratégias nacionais para lidar com o problema são tipicamente focadas na repressão e com pouco uso de evidências empíricas, fazendo com que o Brasil tenha se tornado, nos últimos 30 anos, o 3° país com maiores taxas de encarceramento e nem por isso freado a aceleração do fenômeno.

Esta agenda se dedica a descrever como o crime se organiza, enfatizando a participação do jovem; a estudar, através de estudos longitudinais, quais são os fatores de risco para o desvio de trajetórias dos jovens em direção a contextos mais violentos; e a estudar políticas preventivas ou que não envolvam encarceramento (tais como as de justiça restaurativa) para casos leves de transgressão e criminalidade.

O projeto denominado de Jornal Verdade, utiliza como principal ferramenta de análise a tabulação de dados de um periódico de grande circulação na cidade de Ribeirão Preto. Esse jornal era diário e possuía uma seção policial de grande importância dedicada à cobertura de ocorrências de homicídios, tentativas de homicídio e tráfico de drogas.

A análise de cada notícia do Jornal Verdade teve como foco os anos de 1996 a 2006. Esse período compreendeu a fase de grande declínio das taxas de homicídios por 100 mil habitantes na cidade e no estado de São Paulo.

As informações coletadas nesse projeto podem fornecer insumos para compreender as possíveis causas por trás das reduções no número de homicídios na cidade de Ribeirão Preto e no estado de São Paulo.

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